Presidente Fundador: Borges Netto
Vice-Presidente Fundador: Edílio Soares Fonseca
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Retomado em 2022, em parceria com a Prefeitura/SMCEL, o sarau obedece calendário previamente agendado.
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SARAUS TODOS OS 2º SÁBADOS
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Publicação: 24.11.2021 às 11h24min com autorização da autora, extraído do site O SEGUINTE.
O Sarau do Clube está de volta em Gravataí!
por Jeane Bordignon | Publicada
em 22/11/2021 às 12h24| Atualizada em 22/11/2021 às 18h32 em O SEGIINTE:
Quem conheceu o seu
Edílio Fonseca sabe que não é exagero meu: ele tratava como um templo aquela
casinha em seu pátio, construída para ser o auditório do Clube Literário de
Gravataí. Tive a oportunidade de conhecer o espaço pelas mãos do próprio
Edílio, numa tarde em que fui entrevistá-lo sobre as memórias dos blocos de
carnaval da Aldeia. Já em idade avançada, o escritor quis me mostrar o
auditório do clube, com muito orgulho.
Algum tempo depois,
voltei à casinha para o lançamento do Xucra Tropilha, último livro que publicou
em vida. Aquela noite só reforçou a impressão da grandeza que o Clube e sua
sede tinham para seu Edílio. Logo ele se tornaria espírito de luz e memória
inquestionável da cultura gravataiense.
Minha história com
o Clube Literário também teve alguns capítulos escritos na sede do Correio de
Gravataí, lá na parada 63. Depois da primeira vez que atendi o Borges Netto,
que procurava o jornal para divulgar mais um de seus livros, posso dizer que
estabelecemos uma parceria. Além de me procurar nos próprios lançamentos, ele
me enviava os outros autores do Clube que estavam publicando.
Nem sei quantos
livros divulguei no jornal, mas foi assim que conheci a Maria Izabel, a
Diovana, e um dia fui ao sarau, onde pela primeira vez, me tremendo toda, disse
um poema meu em público! E reencontrei a Isab-el e a Denise, que já conhecia de
outras matérias, fiz outras amizades… Como o Círio de Melo (e sua inesquecível
declamação do “Poema Matemático” de Millor Fernandes).
Isso foi lá por
2004 ou 2005. Mas o Clube começou alguns anos antes, no segundo sábado de junho
de 1998, unindo forças para o lançamento do livro Meu Eu, de Tami Caureo.
Borges foi o presidente fundador, e Edílio Fonseca, o vice. No início, os
encontros eram itinerantes, cada reunião na casa de um integrante. Depois
passaram a acontecer na capela Santa Cruz, aquela capelinha histórica perto do
Colégio Barbosa Rodrigues. Na sequência, Regina Fonseca, esposa de Edílio,
cedeu a sala de casa para os saraus.
A sala foi ficando
pequena, e ali começou a mobilização para que se construísse um auditório nos
fundos da casa. Por meio de doações e rifas, a casinha foi sendo erguida. Assim
nasceu o auditório Edílio Fonseca, que foi sede do Clube até um ano após a
passagem do poeta para outro plano. (Eu voltaria a frequentar aquele espaço
mais tarde, como sede da AGIR, onde Denise e Max colocaram muitas ideias em
prática e encheram de cor, mas isso é assunto para outra coluna).
Lembro também de ir
em alguns saraus na cafeteria do SESC, e claro, de passar na banca do Clube na
nossa Feira do Livro para bater aquele papo com os amigos e ver mais capas
feitas pela querida Medonha. Sei que foram muitas. Tenho aqui um livro do
Borges e dois do seu Edílio com capas da Denise. Ainda é estranho não ter sua
presença física nos eventos culturais da aldeia. Mas acredito que de alguma
forma ela estará sempre conosco.
A pandemia também
interrompeu os encontros presenciais do Clube Literário. Foi necessário
preservarmos a vida em primeiro lugar. Agora que a maioria da população já
recebeu as duas doses da vacina, chegou a hora de retomar os saraus (com todos
os cuidados sanitários)! E vai ser neste sábado, dia 27, das 18h às 19h30, na
AmoLivros, nova livraria de Gravataí.
Esse também vai ser
o primeiro sarau da nova diretoria, que tem à frente a professora e escritora
Ângela Maria Xavier Freitas e como vice meu colega de profissão Cláudio
Wurlitzer. Essa nova gestão vem trazendo, dentre outras coisas, iniciativas
baseadas em uma maior interação digital com a sociedade gravataiense, nunca
esquecendo do comprometimento com as novas gerações. Pensando na adaptação aos
novos tempos, serão desenvolvidos projetos na valorização da escrita local e
aproximando-se das escolas.
– É indispensável
afirmar que tudo isso só será possível, mediante a experiência e a competência
que durante muito tempo caracterizou o Clube Literário de Gravataí. Existe uma
força-tarefa, envolvendo a experiência de carimbados escritores e a boa vontade
de uma nova safra que vem chegando… – ressalta a diretoria.
Os primeiros passos
desses novos tempos já se percebem nas redes sociais do Clube, que estão mais
ativas. E fica o convite para curtir a página Clube Literário de Gravataí no
Facebook e seguir o @ClubeLiteráriodeGravataí no Instagram, porque muitas
novidades vão aparecer por lá. E também as informações sobre os saraus.
O evento deste
sábado também será meu primeiro sarau presencial depois desse tempo todo de
recolhimento devido à pandemia. E após o retorno à aldeia. Tem como não criar
expectativa? Ainda mais com a certeza de que será apenas o começo de muitas
coisas que faremos juntos, porque tenho trocado muitas ideias com Ângela, mais
uma amizade que a arte me trouxe e que estou adorando nossas trocas.
Será com certeza
uma alegria fazer parte desse recomeço e reencontrar os amigos escritores. O
Waldemar Max também estará lá, mostrando comigo um gostinho do nosso Contatos
Imediatos. Porque como bem diz a poesia, “tudo é uma única rede”. E todos
juntos nos fortalecemos e fazemos mais forte a cultura da nossa cidade. Sigamos
ampliando essa rede!
OFICINA GRÁFICA DO CLUBE
E o que levou Borges Netto a criar o Clube Literário?
Para isso precisamos retroceder cinco anos. Pedro Eltz, primeiro Diretor-Presidente da Fundarc, que estava criando associações em seus segmentos culturais, e convidou Borges Netto para organizar a Associação Literária, a exemplo de outras associações, como a de Artistas Plásticos, Cênicos e Músicos. Borges foi aclamado Presidente tendo, como vice, o então vice-prefeito e escritor Paulo Fink.
Este evento levou Borges Netto, em 1997, a ser escolhido
como Patrono da XII Feira do Livro de Gravataí. Antes dele, no ano anterior,
apenas Paulo Fink, em memória, recém falecido, fora agraciado com o título.
Disputas internas levaram Borges Netto, já em seu terceiro
mandato, a se afastar da presidência.
Procurado então pela poetisa Tamy Caureo para editar seu
livro, Meu Eu, Borges Netto optou em organizar um novo grupo literário para o
evento. O Clube inicialmente era itinerante. Reuniões e saraus aconteciam nas
casas dos integrantes. Em um ano já estava com algumas edições locais lançadas
na Feira do Livro de Porto Alegre. Depois, em parceria com os Narcóticos
Anônimos, reformou a capela centenária Santa Cruz e para ali o Clube se
transferiu. Nesta época a maioria dos integrantes da Associação já havia se
transferido para o Clube. Quando então foi inaugurado o Auditório Edílio
Fonseca. O Clube Literário passou a
visitar escolas, exposições em praças e foi parceiro do Correio de Gravataí no
projeto Jornal no Bairro. Fez parcerias com outras associações culturais e teve
seus próprios músicos e artistas plásticos.
Em 2003 participou da Carreteada, com a primeira Galeria de
Artes Plásticas ao ar livre da cidade, com trabalhos de Denise Lopes. Também em
2003, através do Decreto 5.386 foi reconhecido como de Utilidade Pública devido
a suas campanhas de Agasalho, Dia da Criança, Natal e Páscoa.
Em parceria com o DTG Centelha Farrapa, estendeu sua ala
tradicionalista.
Foram criados seis Clubes Literários. Destes, ainda em
funcionamento o de Gravataí, o de Cachoeirinha e o do Jardim Ipiranga, em Porto
Alegre, que recebeu o prêmio Joaquim Felizardo por descentralizar a cultura.
Como diferencial o Clube Literário acompanha o passo a passo
da criação do livro até o seu lançamento, através da editora B&M, que tem
como parceiras as gráficas VNS e Tecnicópias.
Em 2016 o Clube Literário foi homenageado na XXXª Feira do Livro de Gravataí.
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