sábado, 11 de julho de 2015

CLUBE LITERÁRIO


Fundado em 13 de junho de 1998

Presidente Fundador: Borges Netto
Vice-Presidente Fundador: Edílio Soares Fonseca

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Gestão 2021/2023
clubeliterariogravatai@gmail.com
(51) 9.9732.0615
Presidente: Ângela Xavier
Vice: Claudio Wurlitzer

Criação e Arte: Vallentina Xavier

Retomado em 2022, em parceria com a Prefeitura/SMCEL, o sarau obedece calendário previamente agendado. 
Mais detalhes em: Saraus

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ENCONTROS:

SARAUS TODOS OS 2º SÁBADOS

 DE MARÇO A NOVEMBRO

COM DECLAMAÇÃO DE POESIAS E MÚSICA

NO SHOPPING DE GRAVATAÍ
Avenida Centenário 555

das 17h30min às 20h

ATUALMENTE SUSPENSO DEVIDO A PANDEMIA DE COVID19

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 Publicação: 24.11.2021 às 11h24min com autorização da autora, extraído do site O SEGUINTE.

O Sarau do Clube está de volta em Gravataí!

por Jeane Bordignon | Publicada em 22/11/2021 às 12h24| Atualizada em 22/11/2021 às 18h32 em O SEGIINTE:

Quem conheceu o seu Edílio Fonseca sabe que não é exagero meu: ele tratava como um templo aquela casinha em seu pátio, construída para ser o auditório do Clube Literário de Gravataí. Tive a oportunidade de conhecer o espaço pelas mãos do próprio Edílio, numa tarde em que fui entrevistá-lo sobre as memórias dos blocos de carnaval da Aldeia. Já em idade avançada, o escritor quis me mostrar o auditório do clube, com muito orgulho.

Algum tempo depois, voltei à casinha para o lançamento do Xucra Tropilha, último livro que publicou em vida. Aquela noite só reforçou a impressão da grandeza que o Clube e sua sede tinham para seu Edílio. Logo ele se tornaria espírito de luz e memória inquestionável da cultura gravataiense.

Minha história com o Clube Literário também teve alguns capítulos escritos na sede do Correio de Gravataí, lá na parada 63. Depois da primeira vez que atendi o Borges Netto, que procurava o jornal para divulgar mais um de seus livros, posso dizer que estabelecemos uma parceria. Além de me procurar nos próprios lançamentos, ele me enviava os outros autores do Clube que estavam publicando.

Nem sei quantos livros divulguei no jornal, mas foi assim que conheci a Maria Izabel, a Diovana, e um dia fui ao sarau, onde pela primeira vez, me tremendo toda, disse um poema meu em público! E reencontrei a Isab-el e a Denise, que já conhecia de outras matérias, fiz outras amizades… Como o Círio de Melo (e sua inesquecível declamação do “Poema Matemático” de Millor Fernandes).

Isso foi lá por 2004 ou 2005. Mas o Clube começou alguns anos antes, no segundo sábado de junho de 1998, unindo forças para o lançamento do livro Meu Eu, de Tami Caureo. Borges foi o presidente fundador, e Edílio Fonseca, o vice. No início, os encontros eram itinerantes, cada reunião na casa de um integrante. Depois passaram a acontecer na capela Santa Cruz, aquela capelinha histórica perto do Colégio Barbosa Rodrigues. Na sequência, Regina Fonseca, esposa de Edílio, cedeu a sala de casa para os saraus.

A sala foi ficando pequena, e ali começou a mobilização para que se construísse um auditório nos fundos da casa. Por meio de doações e rifas, a casinha foi sendo erguida. Assim nasceu o auditório Edílio Fonseca, que foi sede do Clube até um ano após a passagem do poeta para outro plano. (Eu voltaria a frequentar aquele espaço mais tarde, como sede da AGIR, onde Denise e Max colocaram muitas ideias em prática e encheram de cor, mas isso é assunto para outra coluna).

Lembro também de ir em alguns saraus na cafeteria do SESC, e claro, de passar na banca do Clube na nossa Feira do Livro para bater aquele papo com os amigos e ver mais capas feitas pela querida Medonha. Sei que foram muitas. Tenho aqui um livro do Borges e dois do seu Edílio com capas da Denise. Ainda é estranho não ter sua presença física nos eventos culturais da aldeia. Mas acredito que de alguma forma ela estará sempre conosco.

A pandemia também interrompeu os encontros presenciais do Clube Literário. Foi necessário preservarmos a vida em primeiro lugar. Agora que a maioria da população já recebeu as duas doses da vacina, chegou a hora de retomar os saraus (com todos os cuidados sanitários)! E vai ser neste sábado, dia 27, das 18h às 19h30, na AmoLivros, nova livraria de Gravataí.

Esse também vai ser o primeiro sarau da nova diretoria, que tem à frente a professora e escritora Ângela Maria Xavier Freitas e como vice meu colega de profissão Cláudio Wurlitzer. Essa nova gestão vem trazendo, dentre outras coisas, iniciativas baseadas em uma maior interação digital com a sociedade gravataiense, nunca esquecendo do comprometimento com as novas gerações. Pensando na adaptação aos novos tempos, serão desenvolvidos projetos na valorização da escrita local e aproximando-se das escolas.

– É indispensável afirmar que tudo isso só será possível, mediante a experiência e a competência que durante muito tempo caracterizou o Clube Literário de Gravataí. Existe uma força-tarefa, envolvendo a experiência de carimbados escritores e a boa vontade de uma nova safra que vem chegando… – ressalta a diretoria.

Os primeiros passos desses novos tempos já se percebem nas redes sociais do Clube, que estão mais ativas. E fica o convite para curtir a página Clube Literário de Gravataí no Facebook e seguir o @ClubeLiteráriodeGravataí no Instagram, porque muitas novidades vão aparecer por lá. E também as informações sobre os saraus.

O evento deste sábado também será meu primeiro sarau presencial depois desse tempo todo de recolhimento devido à pandemia. E após o retorno à aldeia. Tem como não criar expectativa? Ainda mais com a certeza de que será apenas o começo de muitas coisas que faremos juntos, porque tenho trocado muitas ideias com Ângela, mais uma amizade que a arte me trouxe e que estou adorando nossas trocas.

Será com certeza uma alegria fazer parte desse recomeço e reencontrar os amigos escritores. O Waldemar Max também estará lá, mostrando comigo um gostinho do nosso Contatos Imediatos. Porque como bem diz a poesia, “tudo é uma única rede”. E todos juntos nos fortalecemos e fazemos mais forte a cultura da nossa cidade. Sigamos ampliando essa rede!


OFICINA GRÁFICA DO CLUBE

Com a eleição em junho de 2015, que elevou o escritor Fernando Medina à presidência, novas metas foram traçadas para o Clube. Há muito Borges Netto discutia a ideia de uma gráfica para viabilizar toda a produção literária da cidade com um custo reduzido. Neste mesmo ano começou os trabalhos envolvendo a produção de livros. 

A foto abaixo, de 05 de julho de 2016, registra os escritores Fernando Medina, Borges Netto e Cirio de Melo, numa reunião na Oficina Gráfica do Clube Literário para a inauguração de novos equipamentos e dar início na impressão da 3ª edição de Vencendo as Barreiras da Separação.

A oficina foi fechada em 2018 e a impressão de livros passou a ser terceirizada. 






A História de Gravataí

Em Oito de abril de 1763, Antônio Pinto Carneiro trouxe mil índios para a região formando com eles o povoado que ficou conhecido como Aldeia de nossa Senhora dos Anjos. Seis anos após com a chegada de famílias açorianas e do governador da Província, José Marcelino de Figueiredo, iniciou-se o desenvolvimento da região, ainda ligada a Viamão. No ano de 1795, virou paróquia; em 1806, freguesia; e, finalmente, em 1889, foi emancipado passando a Vila, com o nome de Gravataí. Conforme o diretor do Museu Municipal Agostinho Martha, Getúlio Xavier Osório, esta é a história oficial do nascimento desta cidade.
Fonte: Jornal da Cidade, quinta-feira, 8 a 14 de abril de 2014.


A História do Clube Literário

Data de Fundação: 13 Junho de 1998
Objetivo: Fomentar a Cultura Literária em Gravataí
Idealizador:  Borges Netto

E o que levou Borges Netto a criar o Clube Literário?

Para isso precisamos retroceder cinco anos. Pedro Eltz, primeiro Diretor-Presidente da Fundarc, que estava criando associações em seus segmentos culturais, e convidou Borges Netto para organizar a Associação Literária, a exemplo de outras associações, como a de Artistas Plásticos, Cênicos e Músicos. Borges foi aclamado Presidente tendo, como vice, o então vice-prefeito e escritor Paulo Fink.

Este evento levou Borges Netto, em 1997, a ser escolhido como Patrono da XII Feira do Livro de Gravataí. Antes dele, no ano anterior, apenas Paulo Fink, em memória, recém falecido, fora agraciado com o título.

Disputas internas levaram Borges Netto, já em seu terceiro mandato, a se afastar da presidência.

Procurado então pela poetisa Tamy Caureo para editar seu livro, Meu Eu, Borges Netto optou em organizar um novo grupo literário para o evento. O Clube inicialmente era itinerante. Reuniões e saraus aconteciam nas casas dos integrantes. Em um ano já estava com algumas edições locais lançadas na Feira do Livro de Porto Alegre. Depois, em parceria com os Narcóticos Anônimos, reformou a capela centenária Santa Cruz e para ali o Clube se transferiu. Nesta época a maioria dos integrantes da Associação já havia se transferido para o Clube. Quando então foi inaugurado o Auditório Edílio Fonseca.  O Clube Literário passou a visitar escolas, exposições em praças e foi parceiro do Correio de Gravataí no projeto Jornal no Bairro. Fez parcerias com outras associações culturais e teve seus próprios músicos e artistas plásticos.

Em 2003 participou da Carreteada, com a primeira Galeria de Artes Plásticas ao ar livre da cidade, com trabalhos de Denise Lopes. Também em 2003, através do Decreto 5.386 foi reconhecido como de Utilidade Pública devido a suas campanhas de Agasalho, Dia da Criança, Natal e Páscoa.

Em parceria com o DTG Centelha Farrapa, estendeu sua ala tradicionalista.

Foram criados seis Clubes Literários. Destes, ainda em funcionamento o de Gravataí, o de Cachoeirinha e o do Jardim Ipiranga, em Porto Alegre, que recebeu o prêmio Joaquim Felizardo por descentralizar a cultura.

Como diferencial o Clube Literário acompanha o passo a passo da criação do livro até o seu lançamento, através da editora B&M, que tem como parceiras as gráficas VNS e Tecnicópias.

Em 2016 o Clube Literário foi homenageado na XXXª Feira do Livro de Gravataí.


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Três crônicas de Borges Netto, do seu livro Das Coisas de Pouca Importância, já em segunda edição, sobre o movimento literário na cidade:


Da Associação Literária
Havia um espaço para as artes em Gravataí coordenado pelo município: era o Artencanto e ficava na esquina das ruas Ary Tubbs com Anápio Gomes. Depois se transformou em Fundarc - Fundação Municipal de Arte e Cultura. Com a criação da Fundarc, ainda no endereço do Artencanto, as artes foram organizadas em grupos e incentivada a criação de associações e seus estatutos. Criou-se a Associação de Artes Plásticas, de Artes Cênicas, de Músicos e a de Literatura, que era a Associação Literária de Gravataí.  O projeto visava a um grande cadastro no município dos interessados em ler e escrever. Na área literária foi instituído o dia do sarau, que acontecia sempre no segundo sábado de cada mês, às vinte horas, no bar d’Eu, do Deoclécio. Ficava ali na esquina das ruas Adolfo Inácio Barcelos com Anápio Gomes. Além dos saraus, a Associação Literária participava de feiras do livro, visitação às escolas, impressão de livros, principalmente antologias e concursos de literatura em conjunto com a Fundarc. Nos períodos eleitorais, sabatinávamos os candidatos, tanto para vereador quanto para prefeito. Após meu quinto mandato houve rumores de novas lideranças no grupo e preferi não aguardar a eleição marcada para o próximo ano, deixando a Associação com a Vice-Presidente. Na noite em que me comprometi a realizar uma filmagem para os artistas cênicos que estariam se apresentando no teatro do Gensa, aconteceria o sarau poético no Museu Municipal Agostinho Martha. Houve o planejamento para que o poder fosse transmitido durante aquele sarau numa pequena solenidade para que eu pudesse acompanhar os cênicos. Entretanto a Vice-Presidente não compareceu para receber o cargo. A transmissão se deu para o Diretor de Tradicionalismo e pude cumprir meu compromisso. Fui para o Gensa triste e preocupado com o futuro do grupo. No meio do caminho uma ligação: era Tamy Caureo.
— Estou indo para Cachoeirinha. Não fiquei para o sarau.
— Mas, Tamy, tem o lançamento do teu livro. Você precisa ficar no grupo.
— A coisa ficou sem graça e preferi não ficar. Depois eu vejo o que faço. — A atitude dela me comoveu e me preocupou. Nunca imaginei que uma decisão minha pudesse afetar outra pessoa tão fortemente quanto atingiu Tamy Caureo.

Do Clube Literário
Mais ou menos um ano depois, quando se esgotou oficialmente o término do meu mandato, a poetisa Tami Caureo me procurou com os seus poemas. Estavam prontos para ser editados. Precisava agora de um grupo de apoio para o lançamento. Começou então uma árdua tarefa de recrutar interessados em literatura. Resgatar companheiros que frequentavam a Associação. E no segundo sábado de junho de 1998 foi criado o Clube Literário. Inicialmente éramos itinerantes. Cada encontro na casa de um integrante. Fomos para o jornal, divulgamos, aumentamos o grupo e tudo estava pronto para o lançamento do livro Meu Eu, da Tami Caureo, primeira obra com o selo Clube Literário. O lançamento foi na antiga Câmara de Vereadores, ali em frente à Praça do Quiosque. O sucesso foi total sinalizando que este Clube seria bem sucedido. Consolidada as bases em Gravataí fundamos o Clube Literário de Cachoeirinha. Ficou sob o comando de Ivone Miranda, que foi recrutada num outro grupo de poesia que se formava na região o Po & Cia, e que teve vida curta. Depois foi Canoas, com sede no Clube Cultural Beneficente Estância Velha. Seguiu-se Morada do Vale em Gravataí e Jardim Ipiranga em Porto Alegre. Além da escola Santa Rita. Com o passar do tempo, alguns dos clubes foram desarticulados e outros permaneceram, prezando pelos encontros mensais onde se pode ouvir poesia. Ao menos uma vez por mês.

Do auditório Edílio Fonseca
Nesta época o Clube Literário já deixara de ser itinerante. Concentrávamos na capela centenária Santa Cruz, bem perto do Colégio Barbosa Rodrigues. A maioria dos sócios da Associação Literária já migrara para o Clube.
O padre permitiu que na capela houvesse os encontros dos Narcóticos Anônimos e dos poetas do Clube Literário. A capela era pequena e sem ventilação. Não tinha janelas. Apenas uma porta e uma ventarola. Em parceria com os Nas realizamos uma reforma completa na capela, desde a pintura até a troca do telhado. As telhas buscava com meu Chevette numa chácara no fundo do bairro Dom Feliciano. Enchia o bagageiro de telhas coloniais e vinha desviando dos buracos. A mobilização dos poetas na reforma ficara a cargo do Dilque Dionis que nos pôs em contato com os Narcóticos Anônimos. Fizemos uma bela parceria. Íamos às reuniões deles. Eles vinham aos nossos saraus. Até o dia em que a Regina Fonseca, esposa do Edílio, cedeu a sala em sua casa para os encontros. Estava descontente com o ambiente abafado da capela. Então, no segundo sábado de cada mês sua sala se transformava em auditório. E assim foi até o dia em que o Clube Literário foi se apresentar no CTG de Santa Tecla. Lá Regina, Edílio, Denise e eu chegamos à conclusão de que era necessário construir um auditório nos fundos da casa. A sala estava pequena demais para tanta gente. Recorremos a campanhas de doações e levantamos tijolos, telhas e a estrutura toda apenas com doações e rifas que eram vendidas pelo Edílio. Os sorteios aconteciam durante os saraus. Para o nome do auditório sugeri “Edílio Fonseca”, e o Edilio queria que recebesse o nome de seu pai, homem que trouxe o teatro para a cidade. O auditório foi inaugurado e permaneceu com o Clube até um ano após a morte do poeta Edílio Fonseca.

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