O grupo que iniciou o movimento literário em Gravataí
Em baixo, da esquerda para direita: Caroline, Ada Pessano, Isab-El cristina, Eloah Jansen, Jaqueline da Silva e João Mathias.
No alto, da esquerda para direita: Antônio Veiga, Zulair de Souza, João Batista, Cristian Wingert, Pedro Eltz, Borges Netto, Edilio Fonseca, .... Getúlio Osório, Jacir Busatto e Renato Wagner.
A foto é de autoria de Oliveira, e registra o grupo que participou da primeira antologia da Associação Literária de Gravataí. O local é em frente ao prédio da Fundarc, do outro lado da rua.
Não ouve justificativa para a ausência de Paulo Fink na foto.
Tirando do Baú
Texto: Claudio Wurlitzer
26.12.2023
Das boas lembranças, encontro a Banda Pop Corn, durante Sarau Poético-musical do nosso Clube Literário. Era 2002!!! Na época, eu coordenava o projeto Jornal do Bairro, do Correio de Gravataí e o amigo Borges Netto sempre encaixava algum talento musical na programação. estavam lá: Patrícia Fouchy (voz), Gisele Florêncio (violão), Douglas Cardoso (bateria) e Marcelo Macedo (violão). Lá se foram 21 anos. Era tudo de bom!
Feira de Rua (09.10.2021)
Claudio Wurlitzer, Círio de Melo e Borges Netto.
O Clube Literário está participando do evento Feira de Rua, que acontece mensalmente na Rua Pedro Vargas, próximo da Escola Clotilde Rosa, Parada 79.
A candidata a presidente do Clube Literário,
Ângela Xavier, esteve presente.
O evento é uma iniciativa de Letícia Martins, da Floricultura (Rua Pedro Vargas)
Cenas da Feira do Livro
31 de outubro de 2019
Clube Leia Mulheres, sob comando de Adriana Emerin Borges, traz a Gravataí a escritora Ana Mariano, para debater a obra Atado de Ervas. O encontro foi nas Biblioteca Pública.
XXXIIª FEIRA DO LIVRO DE GRAVATAÍ - 2018
Patrona: Fernanda Takai
Autor Homenageado: Carlos Adriano Albani da Silva
Tietagem: Alice Jorge (neta de Borges Netto) com a patrona Fernanda Takai.
Osvando Peres Alves autografou Rosa Branca. Poemas.
Em sua estreia nas letras, Luiz Carlos Lacerda autografou Estrela-Guia.
O sarau da Feira teve violão e voz de Ismar Sanches.
O Autor Homenageado, Carlos Adriano Albani da Silva, soltou a voz no discurso.
Autor de dois livros, Contos para Cantar e A Menina do Colar e a Girafa Elétrica, Carlos Albani também compõe e canta. É o líder da banda Cavalgando o Vento, que já conta com a produção de um CD.
Autógrafos na 31ª Feira do Livro de Gravataí - 2017 que aconteceu de 27 de novembro a 03 de dezembro.
Maria Izabel Moreira autografa Cálido Outono para a amiga Denise Mônica Jorge.
Márcia Pinheiro concede entrevista ao lançar o primeiro livro de receitas do Clube Literário, Uma Rocha na Cozinha.
Carlos Albani autografa para Borges Netto seu livro A Menina do Colar e a Girava Elétrica, segundo livro de sua bibliografia.
O presidente do Clube Literário, escritor Fernando Medina, recebe o autógrafo de Borges Netto em Eu Tinha Uma Boneca Encantada...
E na Feira do Livro de Porto Alegre Borges Netto autografa a coletânea em conjunto com membro do Clube Literário Jardim Ipiranga.
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É COM PESAR QUE REGISTRAMOS O FALECIMENTO, ONTEM, 17.05.2016, DO MÚSICO DO CLUBE LITERÁRIO, PEDRO PAULINO, O PEDRÃO.
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Deu no Jornal
Correio de Gravataí p2 ( 18/05/2016)-Comunidade
Correio de Gravataí p2 (17/05/2016)-Comunidade
A infância e a bicicleta
Sempre que minha infância, com sua investida impetuosa, me aborda, lá estou em camiseta e calção, pedalando forte na busca das margens do rio Gravataí. Subo e desço encostas, vou por estradinhas mínimas, picadas, barrancos... Quem, quando criança, não desafiou a sabedoria dos mais velhos e se arriscou banhar-se no Passo das Canoas?
O nervosismo é empurrado para os pedais. A impaciência e o medo se espalham pelo corpo. O desejo de chegar mais depressa me faz mais imprudente. No salto sobre o último barranco quase fui ao chão. E uma poeira se ergueu da trilha deixada pelas vacas.
Naquela época não havia as grandes rodovias que se cruzam bem ali. Havia apenas estradas de chão batido e um matagal só. Espinheiros por diante. Me abaixava para evitar um sinal que denunciasse onde estive. Uma verdadeira aventura. E tinha que retornar sem um arranhão. Não iam acreditar que havia um maricá do corredor central da Matriz, bem no caminho para a ingestão da hóstia. Mas a imprudência é parceira da infância.
O trajeto não era longo. Aqui e ali outro menino de bicicleta. Alguns a pé mesmo. Era como um chamado da natureza. Um ritual de passagem. Ri muito quando encontrei o filho do Fonseca indo a cavalo. Hoje me envergonho daquela risada.
Passei pelo conserto de um pneu furado, um paralamas solto e outros problemas de menino. Minha bicicleta estava muito bem “azeitada”. Não tinha como me deixar na mão.
Que dia lindo! Um sol como aquele nunca mais. Um rio como aquele nunca mais. Uma infância como aquela nunca mais. Mergulhava na clareza e na frescura daquela água. A corrente ia mansa mais pelo meio do rio. Eu ficava mais naquele banco de areia que ainda hoje persiste. Nunca fui muito corajoso. Outros meninos desafiavam a correnteza e iam até a outra margem, onde, um homem agarrado ao barranco, com gestos lentos, jogava a tarrafa e a retirava repleta de peixes.
E então era hora de voltar. O menino que pedalava para encontrar o paraíso precisava pedalar mais forte para voltar à realidade.
Borges Netto
Correio de Gravataí última capa (sexta e sábado 6 e 7/05/2016)
POETAS PROGRAMAM LANÇAMENTOS DE LIVROS
Clube Literário de Gravataí produz algumas obras e sede espaço para autores divulgarem trabalhos
Por Priscila Milán
No próximo sarau do Clube Literário de Gravataí, marcado para o dia 14 de maio (sábado), às 18h, no Shopping de Gravataí (Avenida Centenário, 555), o poeta Júlio Alves vai lançar seu segundo livro, produzido com recursos do fundo da cultura da capital. A obra, intitulada Concerto Feito de Ex-tragos, reúne em torno de 70 poemas. Segundo o autor, a publicação foi lançada, inicialmente, em Porto Alegre. contudo, por manter vínculos com a cidade, optou-se por realizar este evento também. Júlio destaca que residiu em Gravataí de 1972 a 2000 e tem familiares e amigos no município. além disso, ele acompanha o trabalho de alguns autores locais.
Júlio, se dedica ao ofício de escritor há aproximadamente dez anos.Embora tenha preferência pela poesia, não descarta a possibilidade de trabalhar com outros gêneros literários, como o conto. o primeiro livro do poeta foi publicado em 2013, através de um concurso do Instituto Estadual do Livro (IEL). nos trabalhos, o autor costuma abordar diferentes temáticas, utilizando com frequência recursos como o humor, ironia e um tom de crítica social. os textos geralmente são curtos, o que combina com a divulgação em rede social. "E eu raramente uso imagens. prefiro a crueza ou leveza da palavra", frisa.
O poeta costuma participar de saraus na região metropolitana e outras cidades gaúchas. em uma dessas ocasiões conheceu o também escritor Carlos Albani, que vai apresentar o projeto musical Cavalgando o Vento no lançamento do livro.
Projetos do Clube Literário
Conforme o presidente do Clube Literário de Gravataí, Fernando Medina, atualmente a instituição se dedica a produção de livros de vários autores locais. Um dos lançamentos previstos para este ano é uma obra de Carlos Albani. O autor revela que o projeto deve mesclar música e poesia, característica já trabalhada com o Cavalgando o Vento. Conforme Albani, a estimativa é que a publicação seja lançada até o final de 2016. "Também tenho dois livros prontos, à espera de recursos para publicação", salienta.
Borges Netto também se dedica a produção de trabalhos pela editora do Clube Literário. No mês que vem, ele pretende lançar no sarau Poemas em Si Menor. Já para a Feira do Livro de Gravataí, o escritor planeja o lançamento de Canção para Ana. Medina está produzindo O Circo, seu segundo livro. Além disso, estão previstas publicações de Alice Reichelt e Juliano Perlinzer. Entre as obras mais recentes confeccionadas pelo Clube Literário estão Um Deserto Logo Ali, de Borges Netto, e Literatura Contemporânea de Gravataí, de Eduardo Jablonski.
Correio de Gravataí p2 (13.04.2016)-Comunidades
Correio de Gravataí p2 (12 e 13/02/2016)
Correio de Gravataí p2 (17/02/2016)
Correio de Gravataí p4 (sexta e sábado 6 e 7/09/2013)
DESPERTANDO PARA O FASCÍNIO DAS LENDAS
Exposição Lendas Brasileiras segue até o dia 11
Leandro Domingos
Mula sem Cabeça, Lobisomem e Vitória Régia são algumas das estrelas da exposição Lendas Brasileiras: do Curupira ao Saci Pererê, promovida pela Fundação Municipal de Arte e Cultura (Fundarc) em parceria com a Dana Holding Corporation, que segue no Quiosque da Cultura até o dia 11 com a proposta de transmitir o conhecimento de parte do fantástico folclore brasileiro, através dos painéis ilustrados pelo artista colombiano Rodrigo Rosa, além de contações de histórias e oficinas de desenho e canto.
Crianças envolvidas pelas diabruras do Saci
Fazer com que as novas gerações, acostumadas a televisão, ao vieogame e ao computador, se fascinem pelas peripécias do Curupira. este é um dos desafios enfrentados peçla professora Ester Batista Polli, convidada pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) a fazer parte do projeto Lendas Brasileiras.
o Quiosque da Cultura recebe diariamente alunos da rede municipal para participar das oficinas propostas pelo projeto. E Ester tenta envolver os pequenos dentro de um universo mágico. "Tento fazer uma verdadeira transformação. já me fantasiei de Saci e Saci e agora vou me fantasiar de Curupira. faço de tudo para atrair a atenção das crianças, para envolvê-las neste universo", comenta.
e ao tentar transmitir sua paixão pelo folclore brasileiro, a professora disse estar conseguindo bons resultados. "Foi fantástico ver as crianças envolvidas pelas diabruras do Saci. e afinal, não é exatamente isso que os professores tanto sonham? Transmitir o conhecimento de forma alegre e prazerosa", diz.
Esta semana uma nova livraria passou a integrar o comércio livreiro da cidade. É a Livraria Santos, uma loja no shopping de Gravataí. Para a inauguração oficial, dia 11 de dezembro, o Clube Literário se fez presente com um pequeno sarau poético.
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VISITA DE LUIS FERNANDO VERISSIMO A GRAVATAÍ
Na contracapa do Correio de Gravataí, em matéria assinada por Paloma Vargas o destaque:
VERISSIMO PARTICIPA DE SARAU "Os alunos não esperavam, mas ele veio até a Escola Municipal de Ensino Fundamental Osório Ramos Correa, na parada 72, no final da tarde da última sexta, 13. Luis Fernando Verissimo, autor dos livros e crônicas trabalhados durante este ano letivo com todas as séries da instituição, participou da 7ª edição do sarau da escola."
E lá estava o Clube Literário, que ativamente participa dos eventos desta escola.
19.1
XXXIIIª FEIRA DO LIVRO DE GRAVATAÍ - 2019
Patrono: Zé Victor Castiel
Autor Homenageado: Sirmar Antunes
Cenas da Feira do Livro
31 de outubro de 2019
Crônica de Eduardo Jablonski para a Zero Hora
citando os autores Borges Netto,
Círio de Melo e Fernando Medina.
12 de setembro de 2019
Ana Mariano fala de seus personagens a um seleto público.
Em homenagem à autora, Alice Jorge declama poema retirado do filme O Tigre e a Neve, que fala da importância de utilizar as palavras certas para compor um bom texto.
XXXIIª FEIRA DO LIVRO DE GRAVATAÍ - 2018
Patrona: Fernanda Takai
Autor Homenageado: Carlos Adriano Albani da Silva
NOTÍCIA DE AGOSTO DE 2019 - REVISTA EVIDÊNCIA
NOTÍCIA NO DIA 27 DE NOVEMBRO DE 2018
E NA REVISTA EVIDÊNCIA ANO XXXIII Nº 242 11/2018
O autógrafo de Longe de Casa, crônicas de Borges Netto.
Osvando Peres Alves autografou Rosa Branca. Poemas.
Em sua estreia nas letras, Luiz Carlos Lacerda autografou Estrela-Guia.
O sarau da Feira teve violão e voz de Ismar Sanches.
Autor de dois livros, Contos para Cantar e A Menina do Colar e a Girafa Elétrica, Carlos Albani também compõe e canta. É o líder da banda Cavalgando o Vento, que já conta com a produção de um CD.
Autógrafos na 31ª Feira do Livro de Gravataí - 2017 que aconteceu de 27 de novembro a 03 de dezembro.
Os autógrafos com a marca B&M e Clube Literário de Gravataí
Maria Izabel Moreira autografa Cálido Outono para a amiga Denise Mônica Jorge.
Márcia Pinheiro concede entrevista ao lançar o primeiro livro de receitas do Clube Literário, Uma Rocha na Cozinha.
Carlos Albani autografa para Borges Netto seu livro A Menina do Colar e a Girava Elétrica, segundo livro de sua bibliografia.
O presidente do Clube Literário, escritor Fernando Medina, recebe o autógrafo de Borges Netto em Eu Tinha Uma Boneca Encantada...
E na Feira do Livro de Porto Alegre Borges Netto autografa a coletânea em conjunto com membro do Clube Literário Jardim Ipiranga.
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COMUNICADO
Comunicamos o falecimento de Pedro Paulino, o Pedrão,
personagem do livro Abismo de Rosas,
de Borges Netto.
É COM PESAR QUE REGISTRAMOS O FALECIMENTO, ONTEM, 17.05.2016, DO MÚSICO DO CLUBE LITERÁRIO, PEDRO PAULINO, O PEDRÃO.
DURANTE ANOS PEDRÃO ACOMPANHOU A CARAVANA DO CLUBE LITERÁRIO PARA A APRESENTAÇÃO DOS SARAUS EM GRAVATAÍ, CANOAS, CACHOEIRINHA E PORTO ALEGRE.
SUA TRAJETÓRIA DE VIDA FOI TÃO RICA QUE SUAS AVENTURAS E DESVENTURAS COMPUSERAM UMA OBRA ASSINADA POR BORGES NETTO: NO ABISMO DE ROSAS.
O VELÓRIO ACONTECERÁ NO MEMORIAL DA COLINA EM CACHOEIRINHA (ESTRADA DO RITTER) E O ENTERRO ÀS 14H NAQUELE CEMITÉRIO.
FICAMOS ETERNAMENTE GRATOS PELO CONVÍVIO FESTIVO EMBALADO PELOS ACORDES DE SEU VIOLÃO E PELA VOZ INCONFUNDÍVEL QUE DAVA ÀS CANÇÕES.
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Deu no Jornal
Correio de Gravataí p2 ( 18/05/2016)-Comunidade
O TEMPO
O tempo é fator preponderante para o desenvolvimento do homem, é por ele que medimos tudo, o nosso trabalho, as nossas esperas; o nosso lazer, o nosso cansaço.
É através dele que o homem se atrasa; chega no horário.
Medindo o tempo, nascemos; crescemos; tornamo-nos jovens; envelhecemos e morremos.
E depois, olhamos para o que passou, e teremos a História.
Evocando os tempos idos, temos a saudade, que é uma palavra sem tradução, só conhecida em língua portuguesa, parece até que só nós que falamos o idioma é que possuímos esse sentimento.
Relembrando o passado, então, muitas vezes choramos, lembrando àqueles que já partiram; ou lamentando as coisas que deixamos de fazer. Mas o tempo passou.
De qualquer forma, mesmo que não nos preocupássemos com o tempo, ele passaria de qualquer jeito. Por isso, uma frase que define bem àqueles que durante toda sua trajetória por este mundo deixaram de fazer tantas coisas, alerta-nos que “se ficarmos parados durante muito tempo, nos tornaremos espectadores”. E o pior de tudo, é que veremos que nos tornamos espectadores, ainda mais velhos...
Assim, a melhor coisa a fazer com o tempo, não é ficarmos nos preocupando com ele, mas aproveitá-lo, da melhor maneira possível.
Há pessoas que, no entanto, passam o tempo todo lamentando-se. Outros que vivem brigando com tudo e com todos, durante todo o tempo. E há aqueles que ficam sentados esperando que um dia coisas boas aconteçam na sua vida, sem irem em busca dessas mesmas coisas. Contudo, existem criaturas que preenchem o seu tempo com coisas salutares e revigorantes. E os que dizem que não tem tempo para nada?
Nada obstante, o tempo vai passar, sempre no mesmo ritmo, embora achemos que ele ande muito devagar, ou muito célere.
Cá para nós, o que não podemos mesmo é perder tempo, porque ele irá se desenrolar quer queiramos ou não, por isso, viver intensamente a vida é um modo assaz inteligente de aproveitarmos o tempo.
Fernando Medina
Correio de Gravataí p2 (17/05/2016)-Comunidade
Sempre que minha infância, com sua investida impetuosa, me aborda, lá estou em camiseta e calção, pedalando forte na busca das margens do rio Gravataí. Subo e desço encostas, vou por estradinhas mínimas, picadas, barrancos... Quem, quando criança, não desafiou a sabedoria dos mais velhos e se arriscou banhar-se no Passo das Canoas?
O nervosismo é empurrado para os pedais. A impaciência e o medo se espalham pelo corpo. O desejo de chegar mais depressa me faz mais imprudente. No salto sobre o último barranco quase fui ao chão. E uma poeira se ergueu da trilha deixada pelas vacas.
Naquela época não havia as grandes rodovias que se cruzam bem ali. Havia apenas estradas de chão batido e um matagal só. Espinheiros por diante. Me abaixava para evitar um sinal que denunciasse onde estive. Uma verdadeira aventura. E tinha que retornar sem um arranhão. Não iam acreditar que havia um maricá do corredor central da Matriz, bem no caminho para a ingestão da hóstia. Mas a imprudência é parceira da infância.
O trajeto não era longo. Aqui e ali outro menino de bicicleta. Alguns a pé mesmo. Era como um chamado da natureza. Um ritual de passagem. Ri muito quando encontrei o filho do Fonseca indo a cavalo. Hoje me envergonho daquela risada.
Passei pelo conserto de um pneu furado, um paralamas solto e outros problemas de menino. Minha bicicleta estava muito bem “azeitada”. Não tinha como me deixar na mão.
Que dia lindo! Um sol como aquele nunca mais. Um rio como aquele nunca mais. Uma infância como aquela nunca mais. Mergulhava na clareza e na frescura daquela água. A corrente ia mansa mais pelo meio do rio. Eu ficava mais naquele banco de areia que ainda hoje persiste. Nunca fui muito corajoso. Outros meninos desafiavam a correnteza e iam até a outra margem, onde, um homem agarrado ao barranco, com gestos lentos, jogava a tarrafa e a retirava repleta de peixes.
E então era hora de voltar. O menino que pedalava para encontrar o paraíso precisava pedalar mais forte para voltar à realidade.
Borges Netto
Correio de Gravataí última capa (sexta e sábado 6 e 7/05/2016)
POETAS PROGRAMAM LANÇAMENTOS DE LIVROS
Clube Literário de Gravataí produz algumas obras e sede espaço para autores divulgarem trabalhos
Por Priscila Milán
No próximo sarau do Clube Literário de Gravataí, marcado para o dia 14 de maio (sábado), às 18h, no Shopping de Gravataí (Avenida Centenário, 555), o poeta Júlio Alves vai lançar seu segundo livro, produzido com recursos do fundo da cultura da capital. A obra, intitulada Concerto Feito de Ex-tragos, reúne em torno de 70 poemas. Segundo o autor, a publicação foi lançada, inicialmente, em Porto Alegre. contudo, por manter vínculos com a cidade, optou-se por realizar este evento também. Júlio destaca que residiu em Gravataí de 1972 a 2000 e tem familiares e amigos no município. além disso, ele acompanha o trabalho de alguns autores locais.
Júlio, se dedica ao ofício de escritor há aproximadamente dez anos.Embora tenha preferência pela poesia, não descarta a possibilidade de trabalhar com outros gêneros literários, como o conto. o primeiro livro do poeta foi publicado em 2013, através de um concurso do Instituto Estadual do Livro (IEL). nos trabalhos, o autor costuma abordar diferentes temáticas, utilizando com frequência recursos como o humor, ironia e um tom de crítica social. os textos geralmente são curtos, o que combina com a divulgação em rede social. "E eu raramente uso imagens. prefiro a crueza ou leveza da palavra", frisa.
O poeta costuma participar de saraus na região metropolitana e outras cidades gaúchas. em uma dessas ocasiões conheceu o também escritor Carlos Albani, que vai apresentar o projeto musical Cavalgando o Vento no lançamento do livro.
Projetos do Clube Literário
Conforme o presidente do Clube Literário de Gravataí, Fernando Medina, atualmente a instituição se dedica a produção de livros de vários autores locais. Um dos lançamentos previstos para este ano é uma obra de Carlos Albani. O autor revela que o projeto deve mesclar música e poesia, característica já trabalhada com o Cavalgando o Vento. Conforme Albani, a estimativa é que a publicação seja lançada até o final de 2016. "Também tenho dois livros prontos, à espera de recursos para publicação", salienta.
Borges Netto também se dedica a produção de trabalhos pela editora do Clube Literário. No mês que vem, ele pretende lançar no sarau Poemas em Si Menor. Já para a Feira do Livro de Gravataí, o escritor planeja o lançamento de Canção para Ana. Medina está produzindo O Circo, seu segundo livro. Além disso, estão previstas publicações de Alice Reichelt e Juliano Perlinzer. Entre as obras mais recentes confeccionadas pelo Clube Literário estão Um Deserto Logo Ali, de Borges Netto, e Literatura Contemporânea de Gravataí, de Eduardo Jablonski.
Correio de Gravataí p2 (13.04.2016)-Comunidades
Cativando o leitor na primeira
página
Quando
apanho um novo livro sempre fico na dúvida se foi uma boa escolha. Quero estar
comprometido com a leitura já na primeira página. Nada mais frustrante que
chegar ao meio do livro sem ânimo de seguir em frente. Tenho meus autores
preferidos, mas estou sempre atrás de novidades.
Por
estes dias adquiri O Mar, do escritor
irlandês John Banville, ainda desconhecido às minhas leituras. E que surpresa ao
iniciar: “Os deuses partiram no dia
daquela maré estranha”. Minha insegurança com o Banville desapareceu de
imediato. Reli o parágrafo. E mais uma vez. Apenas oito palavras. Num impacto
Banville desenvolve a ideia com perfeição. E tenho duas informações para
decifrar: A maré esta estranha e os deuses partiram. Fico alerta. Algo de
anormal está acontecendo naquele palco. Sem os deuses estamos abandonados às
tragédias. E a primeira é esta maré estranha. Fico atento, pois pode subir
muito e atingir minha casa. E já estou dentro do romance.
E
segue o texto: “Durante toda a manhã, sob
um céu leitoso, as águas da baía foram subindo, subindo, atingindo alturas
inauditas...”. As palavras são exatas e dão o ritmo pretendido pelo autor.
É um texto para ser lido sem pressa. Cada palavra deve ser absorvida no devido
tempo. E percebe-se esta determinação do autor na repetição separada pela
sílaba: “...as águas da baía foram
subindo, subindo...” Não há como disparar na leitura com este ritmo e esta
elegância. Porque escrever um livro não é apenas contar uma história.
E
vem um novo elemento: “Os despojos
enferrujados do velho navio encalhado lá na entrada da barra, e que, para
qualquer um de nós, estavam naquele lugar desde sempre, devem ter achado que
tinha chegado a hora de voltar a navegar.” O velho barco está balançando.
Vocês não perceberam? Ao menos preciso fechar os olhos para vê-lo à
deriva. As palavras foram escolhidas com
cautela e simplicidade. Banville foi poético com o tema. E firme com os
argumentos.
E
o que trata este romance de Banville? A personagem volta a cidade litorânea de
sua infância onde passava as férias. Recorda o encontro com uma família que
frequentava a mesma praia, estabelecendo uma relação complexa, íntima, de
aceitação e comprometimento. Com uma prosa marcante durante toda a narrativa,
com personagens delineados com extrema precisão e perturbadora proximidade. É
um esplêndido e cativante romance.
Borges
Netto
Razões para escrever
Tenho pensado nas
razões que leva alguém a escrever. No meu caso escrevo porque escrever dá
sentido à minha vida. Não consigo me imaginar longe das minhas tramas e da
criação de meus personagens, mesmo quando perco o controle sobre eles.
Ouvi de um autor que
escrevia por passatempo. Um excelente
passatempo, pensei. Um passatempo solitário e espinhoso. Porque desenvolver uma narrativa ficcional é
andar por um caminho espinhoso. O exercício de produzir um bom texto exige
concentração extrema, dedicação e incansáveis revisões. São tantos os detalhes
emocionais a ser trabalhados; a busca incansável pela melhor palavra; o sentido
exato de cada palavra para cativar o leitor; a ambientação e uma infinidade de
coisas. E depois armar as intrigas, elaborar as trajetórias, os diálogos. E
nunca, jamais, aborrecer o leitor, conforme orientou Machado de Assis.
Mas a Literatura tem
que ser encarada como algo mais do que um simples divertimento. É o registro de
um tempo em um espaço. Por mais ficcionais que sejam os personagens ou a
narrativa, ela reflete o momento do autor e seu convívio dentro da sua
comunidade.
Aldous Huxley, o
autor do Admirável Mundo Novo,
declarou que escrevia pela necessidade de ordenar os fatos que observava e que
davam sentido à vida. Além do amor que tinha pelas palavras e o desejo de
manipulá-las.
Segundo o escritor
russo Ievguêni Ievtuchenko em Os frutos
selvagens da Sibéria (p.31): “A literatura é exatamente o que lembra ao
povo que é povo, à humanidade que é humanidade. Foram os escritores que
atingiram esse objetivo que sempre se furtou aos médicos: anular a fatalidade
do desaparecimento dos seres e das coisas. Ainda que suas personagens tenham
vivido num tempo extremamente distante, eles permanecem no seio do povo, e a
morte nada pode contra eles”.
Por estes, e tantos
outros motivos, criou-se em Gravataí o Clube Literário. Desta forma encontramos
outros afins que se se preocupam em registrar sua imaginação, seus anseios, seu
tempo e sua comunidade.
Produzir Literatura
é banhar-se numa fonte de prazer singular.
Correio de Gravataí p2 (17/02/2016)
Um
bom livro e um bom escritor
Borges
Netto
Concluí
a leitura de Uma História do Mundo de
Penelope Lively. O título original é Moon Tiger. Os títulos adaptados para o
Português seguem apenas um critério: o de atender estratégias de vendas. Ignoram
o título escolhido pelo autor. Triste mercado editorial brasileiro.
A
personagem Cláudia é uma historiadora popular, talentosa e sem papas na língua.
Enviada ao Cairo como correspondente de
guerra em 1941, faz reflexões sobre a própria vida, o tempo que viveu e as
ressonâncias da história. Durante a narrativa está acamada no hospital. A beira
da morte vai lembrando os fatos e envolvendo o leitor. É um formato já
conhecido na literatura e atende ao objetivo de forma eficiente.
Numa
ida à frente de batalha encontrou Tom, jovem oficial, por quem se apaixona. O romance
tem como pano de fundo a guerra no deserto com passagens pelos clubes noturnos
de Luxor. Tom morre e a deixa com suas lembranças, sua solidão e suas reflexões.
Numa
linguagem sedutora, como deve ser todo o romance, Lively fala com precisão e
conhecimento histórico. Um autor não deve falar sobre o que não conhece. Um bom
leitor é alguém que está sempre atento. Disso não podemos esquecer quando
decidimos contar histórias.
Quando
contamos uma história devemos lembrar que a descrição deve trazer a sensação de
reconhecimento dos fatos narrados e o tamanho exato para não entediar. E escrever
apenas o suficiente limitando sempre o que escrevemos. Não é necessário escrever
tudo. Algumas coisas devem fazer parte apenas das suposições dos leitores. Isso
faz com que se inicie uma afinidade entre leitor e obra.
E
interessante narrar de maneira a fazer com que o leitor esqueça que aquilo é
fruto da imaginação de um escritor e passe a tê-la como verdade. Isso fará toda
a diferença no entretenimento.
Um
vocabulário simples somado à clareza na descrição é fundamental para compor um
bom livro.
Muitas
vezes abandono a leitura porque a narrativa é chata. Ou o autor perdeu o andamento
da narrativa. Não se pode perder o foco sob pena de perder o leitor. E não há
nada mais frustrante para um autor do que perder o leitor pela narrativa, quer pela
fraqueza de argumentos, quer pela falta de imaginação.
E
Penelope Lively, escritora nascida no Cairo em 1933, com esta obra atendeu
todos os preceitos apontados para um grande livro.
DESPERTANDO PARA O FASCÍNIO DAS LENDAS
Exposição Lendas Brasileiras segue até o dia 11
Leandro Domingos
Mula sem Cabeça, Lobisomem e Vitória Régia são algumas das estrelas da exposição Lendas Brasileiras: do Curupira ao Saci Pererê, promovida pela Fundação Municipal de Arte e Cultura (Fundarc) em parceria com a Dana Holding Corporation, que segue no Quiosque da Cultura até o dia 11 com a proposta de transmitir o conhecimento de parte do fantástico folclore brasileiro, através dos painéis ilustrados pelo artista colombiano Rodrigo Rosa, além de contações de histórias e oficinas de desenho e canto.
Crianças envolvidas pelas diabruras do Saci
Fazer com que as novas gerações, acostumadas a televisão, ao vieogame e ao computador, se fascinem pelas peripécias do Curupira. este é um dos desafios enfrentados peçla professora Ester Batista Polli, convidada pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) a fazer parte do projeto Lendas Brasileiras.
o Quiosque da Cultura recebe diariamente alunos da rede municipal para participar das oficinas propostas pelo projeto. E Ester tenta envolver os pequenos dentro de um universo mágico. "Tento fazer uma verdadeira transformação. já me fantasiei de Saci e Saci e agora vou me fantasiar de Curupira. faço de tudo para atrair a atenção das crianças, para envolvê-las neste universo", comenta.
e ao tentar transmitir sua paixão pelo folclore brasileiro, a professora disse estar conseguindo bons resultados. "Foi fantástico ver as crianças envolvidas pelas diabruras do Saci. e afinal, não é exatamente isso que os professores tanto sonham? Transmitir o conhecimento de forma alegre e prazerosa", diz.
NESTE SÁBADO, DIA 13, ACONTECEU O SARAU POÉTICO E MUSICAL DO CLUBE LITERÁRIO NO SHOPPING DE GRAVATAÍ
veja mais fotos e texto em SARAUS
INAUGURAÇÃO DA LIVRARIA SANTOS NO SHOPPING GRAVATAÍ
Esta semana uma nova livraria passou a integrar o comércio livreiro da cidade. É a Livraria Santos, uma loja no shopping de Gravataí. Para a inauguração oficial, dia 11 de dezembro, o Clube Literário se fez presente com um pequeno sarau poético.
Tamy Caureo e Izabel Moreira |
Fernando Medina e Cirio de Melo se encantam com o conceito da apresentação dos livros |
Diovana Rodrigues e Isab-El |
Tamy Caureo declama o poema Naquela Noite. Ao fundo, as representantes da Fundarc, Claudia e Emilena |
Isab-El, Denize Domingos e Cirio de Melo |
Borges Netto repassa o texto, tendo à esquerda, a poeta Izab el e, a direita, a poeta Tamy |
O proprietário e "fotógrafo" Jonathan |
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VISITA DE LUIS FERNANDO VERISSIMO A GRAVATAÍ
Na contracapa do Correio de Gravataí, em matéria assinada por Paloma Vargas o destaque:
VERISSIMO PARTICIPA DE SARAU "Os alunos não esperavam, mas ele veio até a Escola Municipal de Ensino Fundamental Osório Ramos Correa, na parada 72, no final da tarde da última sexta, 13. Luis Fernando Verissimo, autor dos livros e crônicas trabalhados durante este ano letivo com todas as séries da instituição, participou da 7ª edição do sarau da escola."
E lá estava o Clube Literário, que ativamente participa dos eventos desta escola.
19.1
Borges autografa para Veríssimo A Amante do Rincão da Madalena |
Com Verissimo os escritores Izabel Moreira e Círio de Melo na companhia da prof. Silvia e diretora Zuleica |
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